sábado, 9 de outubro de 2010

Primeiro dia de viagem

Por: Catherine Madriñan Cury e Giovana Izzo Costa

11/9- Sexta-Feira

Hoje, visitamos a comunidade quilombola (Campinho da Independência) . Lá fomos recebidos pela Dona Laura, uma das mulheres mais velhas da comunidade quilombola e pela Adilsa.

Elas nos contaram sobre a sua origem, cultura e como era a sua economia.

A origem da comunidade quilombola deu-se logo após a abolição da escravatura, quando os barões abandonaram as terras e as doaram para três escravas, que na época eram muito queridas e que tinham uma condição privilegiada, pois tinham algumas posses e cultura e além disso, habitavam a Casa Grande. Essa comunidade foi crescendo, mas ainda hoje, praticamente todos da comunid

ade têm algum parentesco com as três irmãs.

A cultura dessa comunidade sempre foi transmitida de pais para filhos e isso sempre ocorreu naturalmente através de contos. Há algum tempo atrás, foi construída uma estrada que atravessa a comunidade e tal fato colocou em risco a sua cultura, pois várias pessoas de fora foram trabalhar nessa obra e ficaram vivendo por ali. Assim, o povo quilombola acabou perdendo um pouco da sua identidade, mas ainda tentam preservar o que lhes resta de sua cultura.

Sua Economia é auto-suficiente: eles plantam arroz, feijão, milho, aipim (mandioca), cana-de-açúcar, manga, graviola, e laranja. E outra forma de sobrevivência é o artesanato de cestos e balaios.


À noite, fomos ao centro histórico e fomos recebidos pelo organizador da FLIP (Feira Literária Internacional de Paraty). Nessa feira se reúnem os maiores escritores do mundo e além disso são promovidos debates e apresentações sobre diversas obras. Assim, diversas pessoas e escritores se encontram nessa feira, que já se tornou importante evento cultural do Brasil. Inclusive, o sucesso da feira foi tamanho que já surgiu outra feira em Paraty para escritores de literatura infantil: a flipizinha.


Ainda no centro histórico descobrimos que há em Paraty uma igreja matriz muito antiga e preciosa, que é a de Nossa Senhora do Rosário. A igreja está localizada na Rua do comércio, bem no centro de Paraty. A igreja foi construída em 1725 e naquela época, era a igreja em que os escravos rezavam.

Porém, a igreja que deu origem ao povoado de Paraty foi a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios. A primeira capela foi construída em 1640 e era feita de pedra e cal. No entanto, em 1668 ela foi demolida para dar lugar a uma igreja maior que somente foi inaugurada em 1712. Porém, essa igreja também ficou pequena e assim foi inaugurada em 7 de setembro de 1873 a nova igreja, muito mais suntuosa.

Na inauguração dessa igreja, foi realizada uma proscissão da Igreja de Santa Rita para a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, fato esse que anualmente é repetido na Festa da Padroeira.


No centro de Paraty também descobrimos que há um forte que por possibilitar uma boa visão do mar e do porto, era utilizado pelo exército, pois qualquer invasão poderia ser facilmente verificada ao longe.

Soubemos, também, que o porto de Paraty foi muito utilizado antigamente, pois o café produzido nas outras cidades era levado para ali para ser enviado a Portugal.


Ao tocarmos em cada pedra dessa cidade podemos sentir a vibração de um passado que parece estar a apenas um passo de nós...foi maravilhoso!

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